Os resultados de dois ensaios clínicos feitos nos Estados Unidos demonstram que um implante de menisco sintético fornece alívio superior da dor no joelho, após a realização de uma meniscectomia, tratamento cirúrgico mais comum para rupturas meniscais sintomáticas e irreparáveis.
A pesquisa foi apresentada esta semana na American Orthopedic Medicine Society- Arthroscopy Association of North America Combined 2021 Annual Meeting por Wayne Gersoff, doutor da Advanced Orthopedic & Sports Medicine Specialists, em Parker, Colorado.
Para muitos pacientes, a meniscectomia parcial artroscópica está associada a melhorias na dor e na função do joelho, mas um subgrupo de pacientes relata dor persistente ou recorrente no joelho, entre 1 e 2 anos após a cirurgia. As opções atuais de tratamento para a dor no joelho da meniscectomia parcial pós-artroscópica são limitadas, especialmente para pacientes considerados jovens demais para a substituição do joelho.
Para ampliar as opções de tratamento para esses pacientes, dois ensaios clínicos regulamentados pela FDA foram conduzidos nos Estados Unidos e agrupados para análise, para comparar um implante de menisco medial sintético a cuidados não cirúrgicos no tratamento de dor persistente ou recorrente no joelho após meniscectomia parcial anterior. O implante de menisco medial polimérico imita a função biomecânica do menisco medial natural e se destina a fornecer alívio da dor e função melhorada em indivíduos com dor no joelho após MPPA.
Pesquisadores de três centros médicos inscreveram 242 pacientes, que foram tratados em dois estudos clínicos simultâneos e prospectivos nos Estados Unidos: um estudo randômico, que apresentou resultados superiores com o uso do implante de menisco medial, em relação aos cuidados não cirúrgicos no que tange a dor crônica no pós-operatório.
Os indivíduos elegíveis tinham dor persistente no joelho e realizaram uma ou mais meniscectomias parciais anteriores nos últimos seis meses, antes da entrada no ensaio. Os indivíduos tratados retornaram para visitas de acompanhamento após um mês, seis meses, um ano e dois anos. A dor no joelho relatada pelos pacientes, função e qualidade de vida foram avaliadas usando o Knee Injury and Osteoarthritis Outcome Score (KOOS).
Os pacientes inscritos no estudo relataram uma pontuação KOOS de 63,4 por cento maior do que o grupo de controle, que relatou uma pontuação KOOS de 27,9 por cento. Além disso, mais pacientes no grupo de controle optaram por interromper o tratamento (17,3 por cento) em comparação com o grupo de implante (10,5 por cento).
Com a aprovação da FDA, o teste poderá avançar para novas fases e, com sorte, ser aprovado para uso obrigatório na medicina, o que pode ser o alívio que muitos que sofrem com as dores no joelho esperavam.
Fonte:
Guilherme Souza